quarta-feira, setembro 27, 2006

PSD e PCP vetam abertura faseada do Túnel do Marquês

Deverá o Túnel do Marquês abrir sem que a obra esteja totalmente concluída? E se o troço do túnel que liga a rotunda do Marquês de Pombal às Amoreiras abrisse, apenas no sentido ascendente, não facilitaria o escoamento do trânsito em Lisboa nas horas de ponta? Estas foram as questões colocadas ontem pelo deputado socialista Miguel Coelho, na Assembleia Municipal de Lisboa (AML).

No documento, os socialistas dizem não compreender por que razão o município não abre a parte do túnel já construída, correspondente aos desnivelamentos dos cruzamentos das ruas Castilho e Artilharia Um e da Praça das Amoreiras. Algo que, dizem, facilitaria "uma saída mais rápida da cidade". A maioria da AML não concordou e rejeitou a moção. Até porque a posição do presidente da autarquia lisboeta, Carmona Rodrigues, sempre foi a mesma: a obra só abre quando concluída na sua totalidade.

Ainda assim, o Partido Socialista pediu à câmara que informe aquela assembleia sobre em que ponto se encontram as obras no restante troço do túnel e respectiva apreciação pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) e Metropolitano de Lisboa. "É um projecto prejudicial para a cidade e chegou o momento de se encontrar as soluções que atenuem esta enorme trapalhada que tanto prejudica no dia-a-dia os cidadãos que vivem e trabalham em Lisboa", frisou Miguel Coelho. "Ponha a obra ao serviço da cidade", exigiu o deputado.

No que respeita à conclusão da obra, o deputado criticou "a sucessão de anúncios de datas para a inauguração do túnel, prevista para 2004, de seguida para 2005 e agora, em 2006, sem data credível para o seu término". E continuou: "Esta situação evidenciou o modo incompetente como a câmara municipal lidou com este dossier, não tendo até ao momento sido capaz de apresentar uma solução tecnicamente satisfatória para o Metropolitano de Lisboa e para o Laboratório Nacional de Engenharia Civil, no que se refere à construção da parte do túnel que passa junto da galeria do metropolitano, por debaixo da estátua do Marquês". No final, Miguel Coelho adjectivou o Túnel do Marquês como "um buraco" que, apesar de pronto, "é uma sucessão de trapalhadas e confusões".
Fonte: DN

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