domingo, setembro 24, 2006

Jardim japones em Belem nao tem data para abrir

A obra de construcao do Jardim Japones, junto ao Museu de Arte Popular, em Belem, esta pronta há varios meses, mas as dificuldades das cerca de 170 cerejeiras em vingar a beira-Tejo estao a atrasar a abertura do espaco, que esta vedado com uma rede metalica. O projecto é uma iniciativa da Associacao de Amizade Portugal-Japao, em colaboracao com a Camara Municipal e com a Administracao do Porto de Lisboa, e tem como objectivo celebrar a longa relacao de amizade entre os dois paises.

Aquando da apresentacao e assinatura do protocolo entre as partes, em Julho de 2004, foi anunciado que seriam plantadas 461 arvores, uma por cada ano de amizade entre os dois paises. A escolha das cerejeiras foi justificada com o facto de se tratar de uma arvore muito utilizada e querida no Japao.

Contudo, o numero de arvores acabou por ser substancialmente reduzido, devido a exiguidade do espaco, com cerca de seis mil metros quadrados. Segundo Leonilde Alfarrobinha, membro da associacao que acompanhou de perto este processo, a equipa projectista - encabecada pelo arquitecto paisagista Joao Ferreira Nunes, da PROAP - alertou para o facto de "a area do terreno nao permitir que fossem plantadas tantas arvores" devido a necessidade de "haver pelo menos cinco metros entre cada uma".

Apesar desta alteracao, a adaptacao das cerejeiras a Belem também nao esta a ser facil. "Ha algumas arvores que estao a ter dificuldade em enraizar-se devidamente", disse, ao JN, esta responsável, explicando que as cerejeiras - da mesma especie que é utilizada no Japao, mas trazidas de Italia - "foram plantadas em Fevereiro e enfrentaram um Verao muito quente". Contudo, esta responsável acredita que a maioria das arvores irá vingar. Caso contrario, diz que o contrato com a empresa fornecedora obriga a que as arvores sejam substituídas durante tres anos.

Leonilde Alfarrobinha admitiu que, dadas estas dificuldades, a associação tem receio de abrir o jardim, por temer que a utilizacao possa perturbar o crescimento das ervores. Contudo, admite que o espaço possa abrir até ao fim do ano. Orçada em 260 mil euros, a obra foi integralmente suportada por patrocinios, sendo o maior do Fundo Expo Osaka 70.


Mais duas fases a espera de patrocinios

O projecto do jardim contempla ainda mais duas fases, que estao dependentes de disponibilidade financeira. A segunda fase preve a construcao de dois pequenos lagos no topo norte e sul do jardim, com plantas aquaticas, e de uma sebe em bambu nas laterais. Para o fim ficara a construcao de um pequeno pavilhao destinado a exposicoes e à cerimonia do cha. O escultor japonês Shintaro Nakaoka disponibilizou-se para oferecer uma escultura em pedra para o local.



Camara subsidia manutencao
A construcao do jardim foi objecto de um protocolo assinado entre a Associacao de Amizade Portugal-Japao (que fez a obra), a Administracao do Porto de Lisboa (que cedeu o terreno) e a Camara de Lisboa, que se comprometeu a atribuir um subsidio mensal de mil euros para a conservacao e manutencao do espaço.
Fonte: JN

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